sexta-feira, 9 de julho de 2010

Xô!

Carrego potencialidades desconhecidas
Inúmeros talentos em notas de rodapé
Possuo um historial de acções banidas
Típico de alguém que não sabe quem é
Viajo em pensamentos sem fiança
Vejo malabarismos de palavreado
Deixo escapar-se a frívola confiança
Cruzo os braços, em desagrado

Fricciono aquelas velhas histórias
Limo-as, tentando-as entender
Subtraio-vos e atinjo somatórias
De tudo o que tenho andado a obter
E lanço desejos ao vento
Procuro por marés vazias
Nos olhos trago infinito lamento
Pela realidade dos nossos dias:

Esforços sem saída, pessoas conflituosas
Combatem-nos,  dão (quase) tudo
Metem-se em vias engenhosas
Já que o mundo é surdo e mudo
E de nada me adiantam as prosas!
Está tudo do avesso, tudo sem sentido
E sinto-me uma peça dispensável
No meio de um jogo perdido
E onde está aquilo que julgo amável?
Ah pois morreu, tinha-me esquecido...

Tirem-me do meio desta gente
Porque com eles eu recuso-me a socializar
São doidos varridos! Torna-se urgente
Alguém com habilidades divinas para os educar!
Tirem-me do meio desta falsidade
Que com ela eu já não habito
Poupem-me os elogios e a insanidade
O meu nível de tolerância tornou-se restrito!
Tirem-me do meio deste planeta
Onde a solidariedade se confunde com a hipocrisia
Tudo é equivalente a uma simples treta
Que usam para nos equivocar a cada dia
Tirem-me destas manobras de diversão
Deste diz que não diz passageiro
Desapareçam! Saiam do meu espaço de visão!
Não me causem mais nevoeiro
Xô! Desapareçam-me com a boa intenção!
Recuso a minha prisão neste engano rotineiro!


Grito
Revolto-me
Desligo.
E toca a andar!

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