quinta-feira, 22 de julho de 2010

Decadência

Colossal fagocitose de intenções
Regozijo ténue e pavoneante
Um mar inundado de lamentações
Um dia-a-dia sectante
É frustrante!

Tendências esteganográficas
Despertas por mentes brilhantes
Trazem coordenadas geográficas
Que nos guiam para realidades suplicantes
Milhares de vidas terminantes!

Resquícios de força, necrose
Circulação de massas folgadamente impedida
Vómito de sangue,  endocitose
De verbos e versículos sem medida
Já não há vida!

Suor ressequido
Num corpo que tresanda a morte
Patusqueiro e ressabido
Porém mal amado pela sorte
Perdeu-se o norte!

Mais um dia, mais um escândalo de estado
Mais uma bomba, mais um atentado
Que fazem capa da edição de um jornal
Mais um tiro, mais um familiar frustrado
Árduas lágrimas perante tanto mal
Quero a diferença em vez do sinal de igual!

Omissão! Omissão!
Fogem de nós com a verdade na mão
Ressuscitam as garras retumbantes de um caixão
Que aguarda pelo nosso dia não!
E eu sento-me no chão...

Observo e sofro a dor balanceante
Ouço gritos atemorizantes e sedentos
Vejo festejos de gente arrogante
Que viu a morte nascer dos seus rebentos
Nada lhes diz tal facto!
Ecfonemas irritam o seu subconsciente
Mas no momento exacto
Irão sentir seu coração dormente
E aí... ai como ficarei contente!

Partiremos para o desempate
Poderosos fugirão a sete pés
E eu reboliçarei, nem que me mate
Para remar noutras marés!
Mas sozinha nada consigo
Unam-se, juntem-se a mim
Lutem pela justiça comigo
Façamos um notável motim!
Mas (...)
Mas que loucura de mundo!

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