segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Como vento, dá em vento

Metaforizemos.
Voa com o vento de Inverno toda a esperança que nos restava.
Como guarda-chuva que se quebra, quebram-se as palavras, dividem-se em infinitésimos, mais infinitos, zeros! ... Até que deixam de ser notadas.
Como folha castanha e amarrotada, largada à sorte pelo átrio, fico eu. Ao sabor do vento atroz da noitada que engole e consome cada bem terreno. Fico eu. Ficam restos de ti.
Como música pautada por críticas esmigalham-se as minhas claves de sol fortificantes e os compassos de espera multiplicam-se. Como loucos!
Como lua na noite negra tapada pelas nuvens, total cegueira e, pernoitando na escuridão, ficam as aspirações de algo que idealizei sobre mim própria.
Como gelo cristaliza-se o amor perfeito dos canteiros, impedido de florir. Ah! Olha nós! Amores-perfeitos de veludo condicionados pelo passar do tempo!
Março está quase aí, não é? A certeza de um fim está prestes a chegar e a colorir-me de tons mortos e incertos, quase transparentes, quase. Nada. Marca-se uma existência nula.
Como furacão, chegamos, bailamos sobre as coisas e fomos embora. Partimos. Norte para ti. Sul para mim. Incerto. Com validade. Fim.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011