domingo, 27 de maio de 2012

Tão tu

Se cada grão de poesia lançado
Alimentasse o teu peito de esperança
Serias um vulto enamorado,
Um corpo adulto em mente de criança.

Terias a brisa primaveril no coração.
Serias tu,
Tão doce
Tão dormente
De sorriso no rosto suado
Dos prazeres quentes da noite
Serias corpo reflorescido
Na amargura do presente.
E o futuro a quem pertence?

domingo, 13 de maio de 2012

Estragam-te os sonhos, a alma e a vida, choram e esperneiam por mais

 Os ares que respiras mudam-te, moldam-te, roubam-te o ser que és. Já não és original e os trejeitos são ensaiados pelos outros. Eras actor solene no palco da vida mas a fama consumiu-te o sangue do corpo, cravejou-te meia dúzia de punhados no peito e furtou o pouco oxigénio de ser que te bafejava. A multidão aplaude enlouquecida. Está um sujeito no palco.

Não és tu.