segunda-feira, 12 de julho de 2010

Batalha

É tarde
Muito tarde.
Mas a noite ainda é uma criança
Cortejos de emoções guiados por históricos
Um pingar leve de mudança
Arremessos de gritos eufóricos
Perdidos
Na ínfima esperança...
É tarde
Muito tarde.
Flauteios de pensamentos
Concordância fraudulenta
Frágeis muros de tormentos
São a grandeza que me sustenta
Frases ilusórias mas exímiamente construídas
Encorajaram-me a caminhar pelo próprio pé
Palavras e formas de ser rigorosamente medidas
Deitaram por terra a minha fé
Quero remar contra a maré!
Enfrento e extingo insultos
E ninguém rema comigo
Todos agem como trauteantes vultos
Ouçam-me! Eu preciso de um amigo!
É tarde
Muito tarde.
Já muito passado presenciei
Já muito futuro em vão sonhei
Mas esta gente está tão viva como morta
Aos meus sonhos fecham impiedosamente a porta
E não há caminho para eu seguir!
Perdi tempo em aqui vir!
É tarde
Muito tarde.
Sou um figurino com defeito
Outrora com alma aventureira
Sou um ser com essência de imperfeito
A certeza de uma morte derradeira
E o tempo corre de mim!
E o relógio imparável!
Aproxima-se o fim!
Oh prolepse miserável!
Estou aqui! Estou aqui!
Em vão...
É tarde
Muito tarde.
Acorda! Faz-te à vida...
Não deixes que seja tarde
Muito tarde.

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