terça-feira, 31 de maio de 2011

31 de maio

Sou uma pessoa de dramas. Sempre fui desde tenra idade. Hoje aconteceu-me um tão real como a dor que tenho no peito. É recente. Tem poucas horas. Está a sufocar-me.
O mundo é injusto com todas estas ironias e acidentes literais. Não quero acreditar que existe um "todo-poderoso" lá em cima a olhar por nós quando duas idosas de personalidade bondosa e amigável são projectadas brutalmente por um carro, cujo motorista se põe em fuga. Quando a vida de uma delas terminou hoje, a metros daquela passadeira, após uma ida à igreja. Ainda não caí em mim mas decidi escrever sobre isso. Decidi ocupar a minha cabeça na construção de frases com nexo enquanto lá fora e nos corredores de hospital se vive de mãos dadas com o drama da situação. Decidi vir aqui "insultar" cada singularidade que comete estes crimes quando existem tantas campanhas de sensibilização contra o excesso de velocidade e tantos casos sangrentos a juntar ao somatório interminável, não havendo assim, digamos, necessidade de se provocar mais um. Andem devagar na estrada, lembrem-se que os vossos pais, irmãos, filhos, amigos também caminham em passadeiras e tentem imaginar um migalhinho da vossa dor caso algo lhes acontecesse! Sensibilizem-se caramba, pensem que todos nós temos alguém que vai sofrer quando formos embora e apliquem-no a todas as situações! Agora é a parte em que não entendo porque me refiro a um "vós". Talvez seja por saber que a consciência do criminoso vai estar sempre a indicar-lhe o mal que fez e esteja, eu própria, a fazer o papel de consciência, numa tentativa frustrada de aceitar tudo na minha cabeça. Mas não aceito. Nunca me irei conformar com este início de noite. Nunca me irei conformar com todas estas situações. Nunca me irei conformar com a merda que este mundo é. Os humanos são a pior criação de sempre mas alguns... Alguns ainda conseguem ser pessoas. 

sábado, 28 de maio de 2011

Sente os trovões a rasgar a alvorada
Vê como gritam em fúria catastrófica
Sente o estremecer na negrura da madrugada
Escuta este pensamento alheio digno de proeza filosófica
Ouve a louca chuva de argumentos
De palavras largadas à sorte
Sente o chão a fugir dos sustentos
Observa cada um de nós a perder o norte

Observa as mentiras a amontoar-se
As filas intermináveis de pessoas sem lugar
Observa toda uma sociedade a deteriorar-se
Hipócritas de belo prazer a governar:
Levam-nos o futuro promissor
Levam-nos os dias de esperança
Não alteies a voz ao senhor doutor,
Esmagado serás pela liderança!
Pensa! Pára! Repensa!

E dá a mão à palmatória,
À onda revolucionária que se adivinha
Canta um hino à nossa vitória
Junta a tua voz à minha!


Dia 5/06 poderiamos fazer a diferença.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Baque

Vazio.
Sons silenciados
Tons avermelhados
De dor
Na transparência de letras
Das minhas cartas, meu amor.
Paragem.
Ponteiros loucos em permuta
Guerreada, tão suja a disputa
Pelo pódio de vencedor!
Amarrotada.
A folha em que te escrevo
Lágrimas doces, pela mão do ponto vital
Onde o sonho toma forma e relevo
Nesta adoração eterna e infernal.
Vento.
Companheiro de viagem
Abraço apertado de força natural
Larga-me a face, enche-me os olhos
Chora em dilúvio toda esta bagagem
Onde mora o nosso ponto final.
Carrego-a.

terça-feira, 24 de maio de 2011

whatever

Só a memória é capaz de parar o tempo.

sábado, 21 de maio de 2011

Ah tivesse eu...

Tivesse eu palavras
Em forma de descrição profana
Num mundo de doidos varridos
Talhado, crepitado pela vida humana
Onde segue a marcha de sangue em tons garridos
Do Norte ao Sul da costa Africana

Tivesse eu poderes findáveis de guerra
Supremos e hábeis em mudança
Apagando a roxa lágrima do olho da criança
Cujos pais petrificados comem a terra
Num soluço negro de esperança

Tivesse eu o controlo dos destinos
Destes vultos que pela sombra se passeiam
Da embarcação submersa aos ensinos
Onde jovens pelo mar, de bruços, esperneiam

Tivesse eu voz
Para juntar às estrelas luzidias no firmamento
E aos cortantes e desnorteados ventos
Juntar-lhes o sopro do mísero armamento
Dum pedestal em declínio de fados azarentos

Tivesse eu alma
Pura, leve, sem cor de crude
Numa viagem longa entre batidas e discrepâncias
Tivesse eu o pulso rude
Deitando por terra estas nobres ganâncias

Tivesse eu um argumento
Uma frase feita em cada acção
Uma postura regrada naquele momento
Em que estraguei a nossa bela narração

Tivesse eu um coração
Com rodopiantes borboletas em redor
Num ritmo pautado de ovação
A esta melodia suave que é o amor

Os atritos faiscantes nascem, desordeiros
Perante cânticos de júbilo ao karma que nos esbofeteia
Segura-se a mão dos nossos companheiros
Enquanto a farsa solta os esfomeados da alcateia
E encolho-me tal presa numa emaranhada teia
Duma vida de realeza em que figuro como plebeia.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Oiii é só para dizer que vou a DUBLIN ! :D


Obrigada Sporting Clube de Braga!  

quinta-feira, 12 de maio de 2011

"Oh, mudaste de desodorizante amor!"




No dia em que deixar de saber como usar máscaras...
 vou cair redonda no chão.




segunda-feira, 9 de maio de 2011

É

Instala-se uma espécie de fogo no estômago e múltiplos arrepios pela espinha. São muitas as dores em todo o corpo e um nó na garganta vai amparando as lágrimas que se abraçam entre si enquanto escorregam. É esta a sensação de sermos a estupidez e o ridículo personificados. A sensação de vida ilusória. Aquela sensação agoniante que me dá náuseas e pena, muita pena de mim própria. Burra!
Foi para isto que vim ao mundo? Há muito para descobrir e é certo que tudo passa um dia mas, nestas alturas, só desejava nem ter nascido sequer.


domingo, 8 de maio de 2011

Breathe No More



Não sei quantificar as saudades que tenho de ter quem me compreenda.