sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

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Bom 2011 :)


( publicação número 100! )

Cinematic Orchestra



"There is a house built out of stone
Wooden floors, walls and window sills...
Tables and chairs worn by all of the dust...
This is a place where I don't feel alone
This is a place where I feel at home...

Cause, I built a home
for you
for me

Until it disappeared
from me
from you

And now, it's time to leave and turn to dust...


Out in the garden where we planted the seeds
There is a tree as old as me
Branches were sewn by the color of green
Ground had arose and passed it's knees
By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me...


Cause, I built a home
for you
for me


Until it disappeared
from me
from you

And now, it's time to leave and turn to dust..."

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Lost Control

Se eu percorresse cada área armadilhada
Do teu jeito de ser endiabrado
Embalada no manjar dos ponteiros
Cairia sobre o teu peito intermitente
Como uma bomba relógio
Montada e alterada por terceiros.

Nada é meu
Tudo é um nunca
E nada é um sempre
Que dificilmente iremos alcançar.

Em validade me deito
Em validade me levanto
Tudo é efémero
Nada se agarra
Mas eu agarro-te
(enquanto posso)

Um dia o calvário monta-se
E perdemo-nos os dois
A flutuar sobre cada palavra desenhada
Nos contornos do ar
Sairemos a questionar a nossa vida
( Quanto tempo demorará a chegar ao chão? )
Aí lembra-te que as horas voam como promessas juvenis
Enquanto guardas rancor no baú de cada acção
Vamos esbarrar-nos em colisão com a terra dura
Que nos aguarda enternecida de destruição
Na terra dura, ouviste? Na terra dura!
Não será tarde para me extorquires perdão?
( Quanto tempo demorará a chegar ao chão?)

Em validade me deito
Em validade me levanto...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Velho

Olhe!
Sim, é você, aí na escada...Você que nem merece o você que lhe dirijo! Porque anda pelas esquinas como cachorro feito mendigo da vida?
Inúmeras alcateias revoltadas lançam-se na sua direcção.

Esqueça o poder porque
Não é senhor
Nem conde
Nem possui requisito mínimo para ser respeitado
É um farsolas
Um pobre gabarolas
Que se finge muito educado
Tresloucado, é o que é!

Tire essa máscara de pobre arrependido, conserte os erros e tape os buracos que fulminou.  Deixe de se dar por vencido!
Não?
Como não?!
O que é você afinal?
É um pobre de espírito
Que nada vê senão negrura
Que nada vê se não loucura
E louca me torna a mim!

E eu grito de pulmões acesos, simplesmente porque não vejo mudança nesse andar de cavaleiro. Se sente por perto o odor do dinheiro corra na oposta direcção!
Já chega!
A traição!

Estou rouca de si e das suas façanhas. Quero que viva sem hora e exorcize essas entranhas:
Tão pestilentas
Malcheirosas
Fedorentas!

A cama que fez...
É aquela onde se vai deitar!

Chegou o meu comboio
A-d-e-u-u-u-u-u-u-s!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pessoa




João Villaret narra o mestre.
Numa palavra: a-d-o-r-o !

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Texugos

Deito-me neste chão nu e devastado. A escuridão torna-se tão ávida que perco a serenidade. As réstias da miúda maravilha consomem-se nas últimas achas da fogueira e ardem, de uma forma totalmente viril, enchendo de rubor a minha face. Assistir a isto dói, num conceito de dor que não é palpável nem explicável. Dói em cada poro, em cada pensamento, em cada palpitação... Simplesmente dói!  e corrói.
Estou imóvel numa corrida para o pólo contrário e sinto as pernas adormecidas por um formigueiro picadiço que te ondula, com discrepâncias, ao sabor da minha linfa. E ah, felizes de nós! Morremos juntos!
E enchem-se as ruas daquele fedor invasivo que mata a biologia espalhada no meio citadino, que afoga a aura num bruxedo de enxofres e poções carbónicas!
Respiram, inspiram e expiram maldade, hipocrisia e manipulação. Ui quanta manipulação! É altamente contagioso... Um hospício saudável de vultos senis que seguem a rotina tão somente marcada pelo egocentrismo. Loucos, lá vão agarrados ao relógio, a apitar nas intermináveis filas de trânsito em hora de ponta e a insultarem-se sem que ninguém dê por isso. Não sou contra, até faz bem.
No entanto, enquanto os outros correm, gritam, choram, enervam-se, acabam e reatam num chinfrim impossível de ignorar, eu enraízo!   Sou contrária!   Comigo não há quem se entenda nem saiba coabitar!
Fiquei em gelo, aqui estendida neste leito. Decidi levantar-me com o cortejo que me sobra e fui reacender a fogueira que cessou. Afinal, ainda acredito que possa renascer das cinzas.


  And she's buying a stairway to heaven...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Ah, Ontem!

Ontem...
Ardia-me a pele em chamas
O Diabo apoderou-se da minha incerteza
Ardia-me em queixumes a voz
Exorcizaram-me a força e a destreza
A Negra labareda veloz
Consumiu a minha existência!
Ontem...
Ardia-me em gelo o peito
Dum aperto vincado, sem fim
A voz afónica presenteava o defeito
Que pairava longinquamente perto de mim
E Calaram-se todos!
Ontem...
Gelava-me a leviandade
Enfeitando cada lágrima de flocos suaves
E os sorrisos enchiam-se de promiscuidade
Numa rota de falhas e meias-verdades
E eu dispersa...
Largada na corrente
Cobiçada por uma serpente
Venenosa.
Encabeçada de uma vontade enorme de me excluir,
De vez.

Ontem...
Ainda havia vento
E sentimento
E maresia
E luz do dia!

Hoje,
agonia!

E amanhã,
restos do manjar imaculado da serpente
e cinzas na escuridão.

E depois do amanhã serei fantasma,
espectro,
assombração!

Ah, quem me dera ser o ontem...