terça-feira, 26 de junho de 2012

Pitadas de carinho temperadas com pôr-do-sol e flores frescas

Traz-me o céu, o mar, a água.
O vento, a areia e o sol.
Traz-me a natureza equilibrada e os barquinhos de papel.
Traz-me a vida, o rir e o sonhar
O mapa da estrada dos sorrisos e as flores perfumadas nas margens.
Traz-me os animais, o descanso e a euforia
de dias de Carnaval imaginados.
Traz-me pedaços de purpurina e pétalas nos teus olhos tão belos quanto grandes.
Traz-me a chama de carinhos fervilhante
E faz uma fogueira tão calorosa quanto o teu abraço.
Traz-te e traz contigo o viver
porque a amar é que a gente se entende.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Reflexão sobre a noção utópica do estrangeiro como potência superior associado ao ponto de vista literário


Ideias que emergem em torno da problemática do capital e influências que a economia tem na visão dos diferentes países do mundo, infiltram-se nas perspectivas de qualidade e competência, surgindo juízos de valor errados acerca do que se produz, diz e faz em cada país. O ser humano parece ter inscritos, no seu código genético, codões que codificam a noção de que o dinheiro que determinados países possuem, os torna superiores em tudo relativamente aos demais.
Um país rico irá ter mais capital para investir no mercado livreiro e em produções de arte e, por isso, serão mais numerosas no mercado as obras que produz. Consequentemente irão ser mais comercializadas e colocadas por diversas vezes em best-sellers que são vistos, de forma errada por vezes, como excelência representativa. Assim, alimenta-se a ideia de que o estrangeiro é superior, ideia essa que é quimérica uma vez que o que o torna superior na literatura são os meios financeiros que possui para disseminar e dar a conhecer as suas produções. Deste modo, os indivíduos irão sempre guiar-se pelo que um país mais desenvolvido construir, associando-lhe a conotação de superior, independentemente dos factos que provam que o estrangeiro não o é na sua acepção mais radical (poderá ser na economia, no ordenamento de território, entre outros mas de forma alguma será ilustre e superior em todos os domínios e áreas.).

Nota: Esta ideia de “estrangeiro como superior” está presente até nas línguas leccionadas nas escolas. As línguas mais leccionadas e consequentemente mais faladas no mundo, correspondem aos idiomas de países endinheirados.

Estudos Culturais, Adriana Cunha - 06/2012

sábado, 16 de junho de 2012

Devaneios de Maio

Muitas pessoas irão passar na tua vida. Irão surgir com toda a sua heterogenidade nos caminhos pelos quais te moves nesta esfera viciosa que é a vida. Uns em forma de alegria outros de tristeza. Trarão desilusão, lições de vida, sorrisos e gargalhadas, partilha, confiança, o quebrar das barreiras com as coisas comuns. Umas doces, outras amargas. Ainda outras agridoces.
Irás reduzir toda a complexidade em analogias. Café, tabaco, outono. Lavanda, vestidos e Primavera. Simples.
Umas irão dar-te a essência a conhecer. Outras esconder-se-ão no limiar da hipocrisia e irão fechar os olhos às tuas necessidades. Outras vão surgir, marcar e fugir. Vão deixar-te de coração nas mãos e respiração travada. Vão matar-te mais um pouco a cada dia. Outras ainda vão lutar contigo nas horas tempestuosas.
Não será fácil a jornada, não será fácil discernir entre essências emergidas em nevoeiro e uns tantos tragos de alcóol. Pessoas são difíceis por apenas o serem. São figuras estranhas com actos locutórios retorcidos como nós cegos, traçados com raiva e dor acumulada no corpo que late. Pessoas são tempestades. Eu estou a relampejar. Saiam do meu caminho.

As pessoas são estranhas e o estranho encanta-me

As pessoas mudam e nós, na rotina do dia-a-dia, não damos por ela. Quando os horizontes são outros e a língua que falam se torna diferente da nossa é um desconsolo miúdo. Quando os sentires deixam de ser comuns e somos colocados fora do círculo que delimita a sua intimidade, cai mal como um trago de água quente num dia infernal de Verão. Quando nos excluem, excluem uma parte de nós. Exclusão é negativa mas, com o tempo, tende a deslocar-se para o outro pólo. Aprende-se, vive-se, entranha-se e é nestas alturas que o que realmente precisamos surge. Aqui estou, nesta sensação pela enésima vez. Mais uma vez. Mais um ciclo. Uns chamam-lhe crescer. Eu chamo-lhe vida.

Auto-biografia ( 04-06-2012 )

Falemos de mim.
Tenho um rol de defeitos teimosos que vêm à tona constantemente. No entanto, há algo de que me orgulho especialmente: a minha escrita. Em momentos de inspiração (nocturnos grande parte das vezes) torno-me um ser pensante no seu expoente máximo. São estes momentos que me levam a personificar o coração nas letras. A largar toda e qualquer problemática do dia-a-dia e a deixar que a escrita surja, ao de leve, como um floco de algodão doce. 
Adoro metáforas simpáticas. Invento-me nelas e vou-me descobrindo. Sou tão simples quanto complexa. Num dia posso ser mar adocicado por ondas bailarinas, noutro tempestade em fúria e comandantes sem navio.
Estamos em Junho, são 4 da manhã, tenho 19 anos e a minha maior certeza é esta: pertenço ao universo das letras.

Por isso te digo

Palavras são só palavras. Gestos são só gestos. Porém, se os colocarmos no mesmo caldeirão de saberes e sentires são capazes de mudar vidas. Ou mesmo salvá-las. Histórias tomam sabores agridoces e abraços são o porto seguro de um coração abalado e adormecido nas abas do sorriso da pessoa amada. Por isso te digo que pratiques as dicotomias. Dicotomias dão-te calor-frio, medo-coragem, cansaço-energia, como as mais belas pautas de melodioso amor. Por isso te digo:
Planta amor e colhe sorrisos. Planta amizade e colhe companhia. Planta sonhos e colhe realidades. Todo o contrário é erro de cálculo e todo o cálculo transborda perfectibilidade natural. É este o caldeirão das poções mágicas e perlimpinpins que definem a sustentabilidade de um todo. Assim, sei que sou flor de vaso de hospício. Sei que comungamos do mesmo ar e somos loucamente alegres. Somos hospício calculado. Tudo com pitadas ásperas de nada. Dicotomias. 

Perímetro

A incógnita do minuto seguinte encoraja-me a viver com mais ser. Leva-me em analepses e prolepses encruzilhadas como nós cegos na caixa dos rascunhos onde vivem amores proibidos de trovadores sem musa.
Cada minuto é mais um pouco de ser que se gasta. Eu procuro gastá-lo bem. Então sou sorriso, flores e cabelos longos ao vento. Sou brisa de Primavera e chocolate quente e cobertor de Inverno. Cada um tem de mim o equivalente ao que me dá. Se nada me dás, falta nenhuma farás aos meus dias. Se me sustentas os dias, luto por ti com armaduras de cravos e hortênsias. Tão simples como o sol que brilha lá no alto todos os dias. Tão simples como a lua que te ilumina os passos saltitantes de felicidade. Se souberes viver-me, viver-te-ei em plenitude.