domingo, 15 de agosto de 2010

Utopia

Vamos falar, já a hora está crescida
E vociferantes palavras guardei para te dizer
Não te tentes escapar porque bloqueei a saída
Não sais, não sais, não sais e não te adianta gemer!

Já há muito que procuro tecer
Críticas duras e ofensivas às tuas acções
Só me calarei quando te vir ceder
E assimilares exaustivamente as tuas lições!

Insolência é o teu conceito rei
Tropeças nas tuas próprias forças de atrito
Estou farta de dizer te ouvir dizer 'não sei'
Se continuas destruo-te com o meu grito!

Sabes...
Se o mundo pensasse em mim
Tornava em espectros os meus problemas
Se o mundo fosse tão equilibrado assim
Afastava-nos destes diabólicos esquemas
Se o mundo...
Ah se o mundo me ouvisse!

Mas perdidas estão as rédeas da minha confiança
Em corrida tresloucada, esvoaçando o meu espírito inconstante
A podridão apodera-se de mim numa infinita cobrança
E nosso capítulo encerra-se de forma fulminante
Sem tempo para se empregar uma mudança!

Perturbação!
Furacão!
Turbilhão!
NÃO!

Passada a tempestade...
Mergulhamos na mediocridade...
A nossa luta findada atrofiou-se
Permaneces atónito à minha frente
A minha trágica força quebrou-se
No teu rosto rola uma lágrima efervescente
Que te consome a carne a pouco e pouco
E tu gritas que nem um louco!

Não...
Não quero a tua mão!
Desta vez eu salvo-me sozinha
Sim...
Sim recebo de bom grado o teu coração
E prometo entrelaçar a tua alma na minha!

Frenesim!
Festim!
SIM!

Floresceremos num soberbo jardim
Cresceremos grandiosos no verso de cada dia
Eu tenho-te a ti, tu tens-me a mim
Instalada está a sensação de harmonia
Utopia! É apenas... Utopia...

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