sábado, 14 de agosto de 2010

A Dança do Vento

Numa trivial dança bamboleante
Vestida de cicios e arremessos
Onde o vento é o maestro numa actuação brilhante
Levitando amores outrora expressos

A vida é simbiose pela sobrevivência
É morte vitalizada em movimento
É a oferta e o desprezo de resistência
Uma corrida pelas escadas do tempo
E lá vai o vento...

Assobia, despindo os casacos do arvoredo
Caminha de pé a pé com a folhagem
Cansado repousa sobre um rochedo
Observando o rumo recôndito duma pequena engrenagem

O horizonte pinta-se de violeta
Tentando apresentar-se magistral
Cai a noite sobre o planeta
É hora do descanso universal...

Já o arco íris despertou, bocejando suas cores
Sonolento, espalha-se pela aurora boreal
É o espelho imaginário de todas as flores
A vida no seu estado eterno e jovial
E lá vai o vento...

Travesso entre as suas brincadeiras inocentes
Magicando encontros acidentais elaborados
Puro e de passos confusos mas coerentes
Leva tudo, deixando os corações arrepiados
E lá vai o vento...

Dançando ao som da natureza
Proporcionando sensações de bem-estar
Arruinando a extrema beleza
De um cabelo acabado de retocar
Seu delinquente!
E ele ri, ri de contentamento e continua a voar
E lá vai o vento...
E ele corre, corre para o firmamento, morada dos seres de encantar
E lá vai o vento...
Foge, foge que eu corro para ti e vou-te apanhar!
E lá se foi o vento
Shhhhh, shhh, shhh!
E eu vou andando, já é hora de ir sonhar...

3 comentários: