quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tempestade

Caminho só com a minha lamúria
Pisando a lama e os socalcos da calçada
A noite brota rios e penúria
As gotinhas palreiam uma melodia sossegada

Sem anúncio, trovões espelham violetamente suas fúrias
Erguem-se do seu pedestal, ferozes
Prometedores de um relampejo de injúrias
Nervosamente libertando energias atrozes
BRUUUUUUUUUUUUUUUM!

É hora de me abrigar!

Lá longe...
Na proa do navio padecem esforços conjugados
Homens que sucumbem... Mortalmente afogados...
Na ânsia de glória e de conquista
Por ali ficaram encalhados...
Telepaticamente suas mulheres sentem aflição
Soltam vasta água sofre a face enrugada
Sabem que algo não correu de feição
Que a viuvez é a realidade alcançada

O mar sobressalta-se, forma remoinhos!
Segue praia fora a engolir!
Abre aos pescadores os caminhos
Avisando-os que é hora de fugir!
E corre pelas cidades, pela aldeia
Inunda as bordas dos corações
A classe nobre sofre em maior peso a cheia
É levada na enxurrada de devastações!
É a vingança dos homens apeados
Presos no mar contra suas vontades
É a vingança dos deuses afamados
É o fim do mundo das vaidades
Profecia cumprida, salvé os revoltados!

3 comentários:

  1. o que não pode a amplitude das palavras?
    te lendo, consegui ver uma das obras William Turner... o mestre das tempestades.

    bjão

    ResponderEliminar
  2. nao estas sozinhaa :P
    eu caminho contigo :)
    E MUITA GENTE tbm caminha contg, de certeza!
    tu es fantastica

    ResponderEliminar