quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Príncipe Desengonçado

Oh és tão esguio, és tão belo!
Reflectes o azul do céu no olhar
Teu cabelo de nuances tonificadas de amarelo
Arrebata corações, leva as mulheres a deixar-se engravidar
E quem disse que eu queria saber?
Ter?
Fazer?
Dizer?
Não posso crer!
Levaste tudo e partiste...
Entrelaçaste...
Magoaste...
Magoar-me?
Desiste...
Não é tarefa para ti!
Oh voltaste...
Vai, sume daqui!
Já não és bem-vindo!
Estás faminto do pecado imaculado da carne
Desejoso de um hidrogénio a dobrar e oxigénio,
forma líquida...
Água inodora!
Insípida como as manhãs em que despertas...
Não olhes para mim!
Não assim...
Porque despertas o meu ódio e tornas-me suja!
Piedade, imploras...
Já olhaste as horas?
Elas fogem, vencem a corrida pelo tempo...
Não grites!
Envinagro-te os lábios sedentos...
Suculentos...
Doentios!
Não peças perdão porque não sentes arrependimento...
Chegar a um entendimento? Desiste!
Não é tarefa para mim!
Porquê?
Que tenho eu a ver com isso?
Tu é que partiste...
Fugiste...
Queres-me como tua?
Desiste!
Já te disse!
Que caia um decapitador sobre ti.

2 comentários: