quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Apocalíptico

Um tom negro pinta o velho caminho
Levantou-se uma decapitante poeira
Trevas, milhentas trevas em pergaminho
Uma tempestade que se adivinha derradeira

O céu encheu-se de trovões relampejantes
Duma penumbra sádica que me consome
As tristes aves abandonam os ninhos ofegantes
E os sentimentos humanos padecem de fome

Mortífera escuridão carregada de peste
Pincelada a carregado por tons de carvão
Desalmados que fogem para Norte e para Oeste
Na esperança insolente duma ressurreição

Sorrisos gastos, acastanhados de tanta usurpação
Presas capturados pela tempestade imunda
Olhares trôpegos e assombrados procurando salvação
Têm uma morte de segunda...

Falham a tentar mudar-me os ideais
A moldar-me à vossa imagem
Não darei a minha mão a marginais
E meu corpo recusa-se a participar de tal viragem

Ide possuir uma outra mente!
A minha está em meu comando, salvaguardada
A vossa contaminou-se pelo veneno da serpente
Que enganou Eva tão bem enganada

Ide, ide, idem...

Sigam a estropiar carnes dum corpo esquelético e pobre
Carreguem o peso desse fardo negro e pestilento
Equivocados estais ao julgar que tal é comportamento de nobre
Castigos e maldições arruinar-vos-ão vosso último momento!
Não!
Não partirão junto de gentes afamadas
E vossos ossos cairão num mar deserto
Digeridos serão por aves esfomeadas
Vossas almas seguirão sem rumo incerto
E sem saída...
É a vida!

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