sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dados viciados

Procuro em coisas passadas
Um novo significado, um novo sinal
Acabo achando-as tresloucadas
Ao ponto de nada ver para além do mal

Algures no meio da rua
Vejo-te para bem longe caminhar
Ali estás, tu e a verdade nua e crua
De que nada do que é nosso vai voltar

Procuro-te, não te acho e desespero
Vejo que foges entre os dedos da minha mão
Procuro em vão um olhar, um sorriso sincero
Nada encontro para além da vasta solidão

Pergunto-me o porquê de a vida ser tão cruel
Páro, escuto, olho em meu redor
Montes de molhados versos em papel
Contam a história deste amor
(E já lá vai tanto tempo...)

À minha volta, pintam-se sorrisos felizes
Eu sinto-me a real exclusão
Ah se eu pudesse fugir a todos os deslizes
Em que cai sempre o meu coração!

Indiferente,
O relógio conta as horas, minutos, segundos com precisão
O coração conta as suas batidas
Mas tal parvo nem sabe distinguir o conceito de amor do de razão!
Mais parvo ainda faz uma, duas e três investidas
E acaba apertado por entre as dúvidas da sua indecisão...

E tu? Onde andas? Como vais?
Não me valorizas, nem me queres
Só te viras para os demais!
E eu? O que faço aqui? Quem sou eu afinal?
Sou apenas mais uma faceta de ti
De ti, que adoro tanto e a quem fazes tanto mal!

Subo a escadaria
Procuro por ti mais uma vez  (que seja a última!)
Desisto e em agonia
Desço os degraus três a três
Raios partam esta motonia
Deste teimoso sentir cheio de surdez!

Maldito sejas sentimento!
Não sei como te largar!
Só queria deixar-te partir
E finalmente ver isto a acabar!

Nem sei o que digo, como hei-de me expressar?
Encho os pulmões, sustento o ofegante respirar
E sopro, sopro levemente um grito desvairado pelo ar
- "Oh senhor Destino estou-lhe a implorar!
Vá! Dê aqui uma mãozinha... Vá! Não perde nada em ajudar!
E eu encontro-me tão perdida...
Perdida por constantemente cair e levantar"
(Simplesmente tão perdida)

Que pare tudo!
Sinais... Coincidências... Perseguições... Já chega!
Deixem, por favor, deixem-me estar!
Já chega de tanto me rasteirar
Juntem-nos ou descruzem-nos de uma vez
Façam, por gentileza, o favor de PARAR!

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