sábado, 21 de fevereiro de 2015

TCO

Primavera,
era a estação vestida de pétalas.
E amar,
O verbo que morreu na tua boca
e se metamorfoseou na andorinha viajante.

Rememoro.

Na manhã mais fria do meu tempo de apatia
Cedi-te os lábios.
Cravei-te os dentes.
O macio da minha pele tocou-te no rosto.
O meu corpo recebeu-te.
Doce. Tão doce como açúcar em caramelo,
Que se desfez.

Construí-te um lugar na proa do meu coração
E desamarrei o barco para que te perdesses.
Em mim.
No que fomos e somos.
Em tudo aquilo que vamos ser.
Os nadas e os tudos numa rosa-dos-ventos entorpecida
Pelas histórias traçadas a tinta-da-china e
pelos versos que nunca te escrevo.

Finais,
Os pontos que não conheço.

Soprei-te a minha existência...
E agora a chuva cai no meu jardim.

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