sexta-feira, 18 de julho de 2014

Efemer(idade)

Um sussurro de poesia numa pauta de latim
 No canto mais negro da sala.
A controvérsia dos gritos de revolta
E o amor no doce deslizar de carícias.
Negro. Branco.
Branco. Negro. tão negro,
que o branco asfixia e metamorfiza-se em violeta.

Vicissitudes do ser,
Esmagantes, sufocantes, vibrantes, com prazo de validade.
Eufemismos que escondem os pequenos rios que se formam no olhar,
Eufemismos que calam a voz de quem canta
um triste fado de abandono e desespero em surdina.
Eufemismos vestidos de seda e de prata,
Abraçados a egos vacilantes e a discursos trôpegos.
Eufemismos em desfile, absorvidos por máscaras:

Quebram-se os votos e as promessas
E a ditadura do coração impera numa inverossímil tempestade de libertação.

Quebram-se os dentes.
Rasgam-se os lábios.
Dilacera-se o amor e o coração que o sustenta.
E o fado permanece suspenso dos fios dos destinos das deusas do tempo.
D-d-d-d-d-desespero em ruge-ruge de borboleta.

A melodia morreu
Mas o violino abraça-se à doce envergadura da criança
 que ri e chora a emoção de cada nota libertina.
A sinfonia dança uma valsa com Cronos
E amam-se nos paradoxos das sonhadas utopias.
Efémero.
Tudo é.
 Tudo foi.
   Tudo será.



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