Dias de chuva
Com sol de fundo
As cordas de uma guitarra
Cravejadas bem fundo no peito
De quem se magoa
E se corta com imagens passadas.
Falta-me o sol
O vento
As cores.
Sobra-me o sal
As taquicardias
O lamento.
Falta-me.
O relógio partiu
Em quatro cristais de quartzo.
Dividiu-se.
Não sabe ler-nos o tempo.
A guitarra no canto escuro do quarto
Gritou dos seus pulmões de melodia
O quanto lhe doía a alma
O quanto lhe pesava a agonia.
Todos entendem.
Parecem entender
Que o todo não é o tudo
E o nada transcende-me.
Transcendem-me,
Nobres as paisagens
Acinzentados os rios
Dissecadores de sentidos
Acorrentam-me.
Matam-me.
O relógio ri.
A guitarra chora.
Escusado sera dizer que, adorei.
ResponderEliminarComo todos os teus trabalhos este esta muito bom :)
Beijinho*
Obrigada, é sempre bom receber críticas positivas ao que fazemos :) será que podias identificar-te? :)
ResponderEliminar