sexta-feira, 4 de março de 2011

Ursa Ma(i)rç(o)(r)!

Ainda apática!
Estiquei o indicador
Elevei-me em bicos de pé
Toquei a Ursa Maior e ri com as rugas
De meus olhos cor de café.
Não os vesti de amarelo
Nem de podre
Usei-os, aos dentes.
Usei-os!
Não fingi.
Não fingi!
Foi real:

- como cada minuto que forma o nosso dia
- como cada raio de sol que penetra pela janela
- como cada pedacinho sorridente de alegria
- como cada reflexo duma cabeleira amarela
- como a festa, o carnaval, a folia
- como a figura matinal extremamente bela e

Foi real!

O calendário já aberto no mês proibido
Que te vence e deixa esquecido.
E venham daí os calafrios
Que escondem os pássaros libertinos
Abafando os seus assobios
Ah Março, deixas-me em prantos repentinos!

Enquanto a vida corria lá fora
Entre a água da velha fonte
E as danças dos eucaliptos
Entre as cabras da velhota do monte
E as flores que desabrochavam a toda a hora
E tantos outros blábláblá's constantes
O nosso amor crescia também
Mirabolante.
Cheio de futuro.
Metaforizado no belo fruto mais maduro
Da árvore pequena do jardim.
Tenho eu agora de certo,
Que tudo o que começa tem um fim.

Vejo que não me esforcei no meu lirismo
Agrego-me à crise e junto-a às letras
Preguiça, preguiça, frases de comodismo
Tinta seca nas canetas.
Estou cansada e em Março, não me exijam conformismo.

Lá vêm...
As copiosas pessoas em avessa
Prometendo-me que encontro um novo amor
Blá blá e mais blá e não me interessa,
Eu toquei a Ursa Maior!

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