Parei
Naquela paragem tão breve
Onde o vento me acolheu
E abalou a dança das espigas sonolentas
E, florescendo num ápice a neve,
A carnuda rosa se ergueu
Leve, levemente...
Parei
Num tempo tão sinónimo
Que o relógio desvitalizou-se
E protestou do fundo dos seus pulmões.
Os ponteiros pecaminosos desviaram-se do rumo
Por um homónimo,
Fruto de mais variadas oscilações
E num dilúvio tão doce
Hora é de procurar comunhões.
E a precisão, que é dela?
Parei
Numa folha tão cheia
Quanto vazia é a vida
Daqueles que não amam...
Parei
Pelos campos verdejantes
Alcatifados de mantos dourados
Onde pairam eternamente recordações
Intocáveis e discretas
De tão felizes tempos passados.
Parei
Invejei cada gota de orvalho
Pela exactidão do seu cortejo
Invejei cada memória
Onde permanecia o sabor do teu beijo
Que se rasgou também, no tempo.
E não sei dizer sim à vida...
Parei
E desde lá...
Nunca, nunca, nunca mais me encontrei...
tao lindo *.*
ResponderEliminarOra essa =) apenas rabiscos incoerentes
ResponderEliminarmas obrigado, tu também escreves muito bem...
"Parei
Numa folha tão cheia
Quanto vazia é a vida
Daqueles que não amam..."
...e como poucas palavras dizem tanto...