Primavera,
era a estação vestida de pétalas.
E amar,
O verbo que morreu na tua boca
e se metamorfoseou na andorinha viajante.
Rememoro.
Na manhã mais fria do meu tempo de apatia
Cedi-te os lábios.
Cravei-te os dentes.
O macio da minha pele tocou-te no rosto.
O meu corpo recebeu-te.
Doce. Tão doce como açúcar em caramelo,
Que se desfez.
Construí-te um lugar na proa do meu coração
E desamarrei o barco para que te perdesses.
Em mim.
No que fomos e somos.
Em tudo aquilo que vamos ser.
Os nadas e os tudos numa rosa-dos-ventos entorpecida
Pelas histórias traçadas a tinta-da-china e
pelos versos que nunca te escrevo.
Finais,
Os pontos que não conheço.
Soprei-te a minha existência...
E agora a chuva cai no meu jardim.
Desnorteada para Oeste
sábado, 21 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Pfnmoea
Não vergues o olhar sombrio sobre as coisas mortas
e a mitologia das horas perdidas em cronómetros invertebrados.
Não te desfaças nesse sonambulismo de patetas
Nem sejas um poeta cego carregado de utopias cintilantes.
Sente o frio. Sente a dilaceração. Ouve os tumultos.
A chuva derramada na tua existência trôpega
E um piano que te grita errâncias de (des)ilusão.
É tudo teu. É tudo nosso, Seres humanos em delírio.
Os versos por viver, o sorriso por florescer:
A sinestesia de palavras doces conjugadas por um só.
O comboio sem destino que partiu sem sequer chegar à estação.
e a mitologia das horas perdidas em cronómetros invertebrados.
Não te desfaças nesse sonambulismo de patetas
Nem sejas um poeta cego carregado de utopias cintilantes.
Sente o frio. Sente a dilaceração. Ouve os tumultos.
A chuva derramada na tua existência trôpega
E um piano que te grita errâncias de (des)ilusão.
É tudo teu. É tudo nosso, Seres humanos em delírio.
Os versos por viver, o sorriso por florescer:
A sinestesia de palavras doces conjugadas por um só.
O comboio sem destino que partiu sem sequer chegar à estação.
O ponto de ebulição invisível estendeu-se como uma nuvem
Sobre a natureza que guardavas no coração.
Da água tépida, do verbo cálido, da poesia efervescente,
Do verão, do mel, das flores perfumadas e do sal:
de nada te ficou o gosto.
domingo, 19 de outubro de 2014
Sou-te
Sempre que o canto das andorinhas
E o tumulto das tempestades
Assombrarem o teu peito,
Lembra-te que é essa a essência da vida:
Dualidades,
Polaridade;
Defeito.
E o tumulto das tempestades
Assombrarem o teu peito,
Lembra-te que é essa a essência da vida:
Dualidades,
Polaridade;
Defeito.
Sempre que o horizonte te cegar
E a minha voz se perder no tempo
Lembra-te que a chuva e o vento são irmãos,
O rio e as flores companheiros,
Os índios e os colonos rivais,
A floresta e a noite mistérios,
e eu sou tua.
E a minha voz se perder no tempo
Lembra-te que a chuva e o vento são irmãos,
O rio e as flores companheiros,
Os índios e os colonos rivais,
A floresta e a noite mistérios,
e eu sou tua.
Facto. Ponto. Simbiose.
E então:
Sou-te.
Na curva do peito, na aba do sorriso, nas ondas do cabelo.
Nos corpos que entoam a mesma melodia intemporal
De suspiros e extensões de amor.
Carnalmente doce.
Sou-te,
Nesta rua apressada,
Nesta brisa outonal,
Nas avenidas, nas pracetas, no metro,
Neste quotidiano informal vestido pelo Homem.
E então:
Sou-te.
Na curva do peito, na aba do sorriso, nas ondas do cabelo.
Nos corpos que entoam a mesma melodia intemporal
De suspiros e extensões de amor.
Carnalmente doce.
Sou-te,
Nesta rua apressada,
Nesta brisa outonal,
Nas avenidas, nas pracetas, no metro,
Neste quotidiano informal vestido pelo Homem.
Sou sorrisos, dou ternuras,
Caminho contigo pelo abismo de violetas encardidas
Plantadas pelos destinos perdidos de outros amores
Com a certeza de que seremos diferentes,
Leves, puros e belos como margaridas prontas a colher.
Sou-te,
em canónicos sentires de plenitude comungada:
e o teu sorriso enlaçou(-se) no meu.
Posso não ter uma fisionomia de gigante,
Não ter na palma das mãos a imensidão do universo
Ou a força arrebatadora das palavras,
mas,
Por ti,
carrego estrelas, mil estrelas, no olhar.
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